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Escatologia poética
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A esperança alfabetizada lê o futuro obituário da raça humana
Sentada à mesa vê a biblioteca enfileirada fotografias mísseis
Tropas roubam os glóbulos vermelhos e brancos
Arrancam com uma metralhada a vida
Entrega a terra seres que agora são coisas que amavam serem seres
A esperança se deplora e não coaduna com nada disso.
A suástica mudou de continente quer empilhar homens mulheres crianças
Quer ver o sol cegar-se com o ácido do sangue
E virar as costas para os dias fúnebres
A custa da pá solitária do vento.
As cruzes serão poucas para arcar com um epitáfio do custo da queda humana.
As cruzes se esvaíram um espírito criminoso queimou sozinho.
As árvores do pulmão das cidades das províncias e do mundo.
Sequer teremos água para lavar a coisa que habitava a alma,
Teremos apenas um meio fim
O Princípio aguarda desolado à reação do verbo.
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Comunicação hermética
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A beleza de sua voz não conhece o relógio
Sou analfabeto quando leio a sua escritura
Construo com palavras pontes para me aproximar do teu aconchego
Como hei de fazer para compreendê-la deusa do Olimpo?
Que fala em uma língua que desconheço.
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Tatuagem
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A esperança não vê dias esverdeados pela sua tintura.
O futuro terá várias cruzes
E será camareiro da última morada dos homens.
Tatuo em protesto a minha alma com incolor
Sonho com aqueles que esperam
A reinvenção do mundo.
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Preguiça
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As flores nascidas agora
Indicam o florescer belo da primavera.
E as folhas das árvores fazem no chão
um tapete sem forma geométrica.
É neste tapete que se assenta à tarde
Um homem com a estranha preguiça de estar
isoladamente
só.
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Custódia
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Não tenho bens,
Minhas vestes são estes trapos
Que ofendem os teus olhos e nariz.
Outrora, o mais fino linho
Cobria de pompa o meu corpo.
Hoje, já não tenho casa
E tampouco uma gota de esperança
Para que eu possa ter um bom olfato
E assim sentir o perfume discreto da vida.
E agora nesta lastimável condição de semi-vivo
Recebo a custódia
De almas samaritanas
Que quitam o meu parcelado e diário boleto
Enviado pelo estômago.
E são as almas samaritanas
Que me livram do iminente risco de ter a minha lucidez confiscada.
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A pedra possível
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A pedra inala
Kafávis
Paz
Eles no entorno da pedra
Sugam com faro
A flor e o cardápio do urubu.
Homens inalam a pedra
A pedra inala os homens
Pedra é a palavra
Que alumia o corpo cru
Sem a pedra
Não há Transcendência
Noite é noite
Dia é dia
Mas a pedra se aventa
Guincha a sua metáfora.
Homens sem pedra
É pedra sem homens
Pedra somente pedra
Homens somente homens
Mas a adição de ambos
Contraria o corpo cru
Ela nós dá a possível transcendência.
Mensaje al lector:
Cada Poeta participante acepta su responsabilidad exclusiva de sus contenidos literarios de sus creaciones. También esta Antología puede ser publicada en las páginas web de cada Autor o ser replicada por otros medios como ser fónico, magnético, fílmico, siempre y cuando los autores den su consentimiento expreso a quien desee promulgar esta Antología. Si algún Poeta tiene la iniciativa de inscribir en su país el derecho de autor, éste deberá quedar a nombre de todos los Escritores. Para fines expresamente literarios, quien coordina el Proyecto es el Doctor Atilio Laurence Almagia.
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El profesor Jean Narciso Bispo Moura, 27, trabaja en la escuela estatal Jacques Yves Costeau, localizada en Suzano, una de las treinta y nueve ciudades que forman parte de la gran Sao Paulo, autor de dos libros de poesía "La lupa y la sensibilidad", (2002 ) Y "75 huesos de un esqueleto poético", (2005), ambos por la editora paulista Casa del Nuevo Autor. Fue nombrado recientemente en una de las antologías más importantes del mundo, vinculada al directorio de cultura de la UNESCO. El texto fue traducido por el poeta de la nacionalidad norteamericana, Ron Hudson, y se encuentra en una versión bilingüe, disponible para su consulta a todos los interesados en conocer su poética, que traspasó las fronteras.
(Traducción: Julio Cabezas G.)
http://www.othervoicespoetry.org/
http://www.othervoicespoetry.org/toc.html
http://www.othervoicespoetry.org/vol37/moura/index.html
1 comentario:
Olá, editor Julio Cabeza G.
Gostei muito da tradução e da gentileza da revista Ventana Cultural de Lanco que permitiu divulgar esta informação que é de interesse de todos os amantes da poesia.
Jean Narciso Bispo Moura
Itaquaquecetuba
São Paulo - Brasil
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